Por Júnior Freitas, G1 Guajará-Mirim e Região


Os alunos do ensino médio da Escola Estadual Alkindar Brasil de Arouca fizeram um protesto nesta quinta-feira (1º) contra a falta de professores de física e matemática em Guajará-Mirim (RO), a 330 quilômetros de Porto Velho. Segundo os estudantes, o objetivo da manifestação foi chamar a atenção da Coordenadoria Regional de Educação (CRE) para a falta de docentes e evitar que o ano letivo e os candidatos inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sejam prejudicados.

Estudantes protestaram no prédio do MP-RO e na CRE — Foto: Facebook/Reprodução

Os manifestantes fizeram cartazes e bandeiras solicitando a contratação imediata de professores. O grupo se reuniu em frente da escola, localizada no Bairro 10 de Abril e caminhou até o Ministério Público do Estado de Rondônia (MP-RO), em seguida foram para o prédio da CRE, onde participaram de um reunião com a coordenadora Léa Moura.

Posicionamento da CRE

O G1 entrou em contato com a coordenadora regional de educação do município, Léa Moura, para saber como o órgão avalia a situação e quais as possíveis soluções para a falta de professores. Segundo ela, os alunos foram até o prédio da CRE e participaram de uma reunião onde o assunto foi amplamente discutido.

“Eles [alunos] estão com a falta de professores de física e matemática. Nós explicamos na íntegra quais são os problemas, foi aberto um concurso em 2016 vom vagas disponíveis para matemática, física e outras disciplinas, mas infelizmente não houve muitas pessoas inscritas nessas áreas”, explica.

Léa declarou ainda que devido os trâmites legais do concurso público anterior, como o chamamento e posse dos aprovados, não se pode realizar um teste seletivo nesse espaço de tempo.

“O concurso tem uma legalidade que não permite a contratação desses profissionais através de testes seletivos porque já havia acontecido um concurso público. Depois do prazo estipulado, foi aberta essa possibilidade novamente para fazer novas contratações nas áreas de química, biologia, matemática e física, não somente na Escola Alkindar, mas em outras instituições de ensino. Para minimizar o problema, entramos em um acordo com os alunos que até a realização do teste seletivo, eles terão um método de aula alternativo, que deve iniciar na próxima segunda-feira, 5”, finaliza.

Escola Alkindar Brasil de Arouca está sem professores de física e matemática — Foto: Júnior Freitas/G1

Prejuízo aos alunos

De acordo com a direção da escola, o professor de matemática pediu demissão há cerca de um mês, já o professor que dava aula de física saiu do quadro no início do ano, duas semanas após o começo das aulas. Desde então os alunos ficaram sem docentes nessas áreas e a instituição busca possíveis soluções para o problema.

Para a estudante Ana Rita Nunes, de 17 anos, que está concluindo o ensino médio, a falta de professores não é culpa da escola e que os alunos estão aguardando uma solução viável para não serem ainda mais prejudicados.

“Sonho em cursar medicina, de preferência passando no Enem. Temos ótimos professores, mas faltam os dessas duas disciplinas. Nós vemos que a direção da escola está correndo atrás, não é culpa da instituição, mas precisamos que resolvam essa situação logo. A escola garantiu que iremos repor todas as aulas no final do ano”, declara.

Já a aluna do 3º ano, Jenifer Penha, acha que é muito importante a contratação de docentes nessas áreas específicas para que a preparação para o Enem não seja diminuída ou afetada diretamente, principalmente porque muitos estudantes já iniciaram a preparação em cursinhos e em grupos de estudo.

“No começo do ano tínhamos professores de matemática e física, mas depois ficamos sem e não foi reposto. O Governo do Estado deve ver que estamos sendo prejudicados sim e teremos que repor essas aulas, aumentando nosso ano letivo e encurtando o período de estudos para o vestibular”, diz a estudante.

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