Por Bruno Oliveira, Diário TV


Escolas estaduais de Mogi das Cruzes registram diversos casos de violência

Escolas estaduais de Mogi das Cruzes registram diversos casos de violência

Carro de professor roubado, agressão por parte de aluno, briga entre pai e estudante e até discussão com arma de fogo estão os casos recentes de violência praticados dentro e fora de escolas estaduais de Mogi da Cruzes. A Secretaria de Estado de Educação informou que mantém parceria com a ronda escolar da Polícia Militar, responsável pelo patrulhamento no entorno das escolas.

Toda esta violência assusta os educadores. Na semana passada, o corredor da Escola Estadual Camilo Faustino foi palco de uma cena de socos, chutes e pancadaria praticada por um pai contra um aluno que supostamente roubou o celular de seu filho.

Vídeo mostra pai batendo em aluno que supostamente roubou celular do seu filho — Foto: Reprodução/ TV Diário

Uma testemunha diz que o pai do estudante se dirigia à diretoria para falar sobre o aluno infrator, no momento em que a Polícia Militar já estava na escola resolvendo uma questão de outro aluno que usava entorpecente no pátio. "A moça da limpeza, sem saber de nada, abriu o portão e o pai se aproveitou e subiu para agredir o aluno”, conta a testemunha.

Outra ocorrência data de 26 de abril, quando uma aluna arrancou parte do couro cabeludo de uma funcionária da escola Lucinda Bastos e ainda agrediu uma professora.

“Esta aluna estava com problemas e queria agredir um outro aluno. Eu fui intervir e foi quando aconteceu a agressão. Eu fui pedir para a agente escolar trancar ela do lado de fora da sala, foi quando ela arrancou o cabelo da agente”, relata a professora que preferiu não se identificar. A educadora registrou esta ocorrência, mas diz que o desrespeito dos alunos é constante.

“É agressão verbal, deboche, piadinha, aluno sem um pingo de educação, que vão para a escola para dar risada e ficar conversando o tempo todo. Essa é a realidade”, pontua.

Na Escola Estadual Comendador Koeiji Adachi, um vídeo mostra um homem com uma arma de fogo após uma briga de alunos em frente à escola. Um dos estudantes relata que os registros de violência são constantes no local. “Tem casos com sangue, brigas, ameaças e até roubo. São várias coisas”, conta.

Agente escolar de Mogi das Cruzes teve parte do couro cabeludo arrancada por aluna. — Foto: Reprodução/TV Diário

A equipe do Diário TV teve acesso a conversas de um grupo num aplicativo de mensagens em que os professores falam sobre o desrespeito e dificuldades em sala de aula. Em um diálogo, um dos educadores cita que teve o carro roubado e depois o aluno ficou jogando indireta para ela sobre o acontecido.

Um professor, que também não quis se identificar, conta que ele e os colegas estão com medo de trabalhar.

“Eu já tive objeto roubado em sala de aula. Uma pequena distração da gente e o aluno pega. Dia desses um aluno nos ameaçou, dizendo que se a gente continuasse pegando no pé dele, que iria roubar mais um carro”, relata o educador.

A aposentada Francisca Maria de Souza conta que vê muitos adolescentes fumando maconha e jogando a fumaça na cara de quem passa na rua. “A gente não vê ninguém fazer nada. É muito difícil ver uma viatura aqui. É mesmo uma raridade”, enfatiza.

O outro lado

Em nota, a Secretaria de Estado de Educação informou que mantém parceria com a ronda escolar da Polícia Militar, responsável pelo patrulhamento no entorno das escolas. Porém, na Koeshi Adashi quanto na Camilo Faustino de Mello, enquanto a equipe fazia a reportagem nenhuma viatura passou pelo local.

A Polícia Militar informou que faz o patrulhamento em todas as escolas estaduais, municipais e particulares de Mogi, não só com a ronda escolar, mas também com a Força Tática e a Rocam, que são policiais de moto.

Sobre o aluno que apanhou do pai de outro estudante na Escola Camilo Faustino e sobre o homem que apareceu armado em frente à escola Koeji Adashi, a Diretoria de Ensino disse que não tem nenhuma responsabilidade porque são fatos de natureza externa.

Em relação ao caso da aluna que agrediu uma professora e uma funcionária na Escola Lucinda Bastos a resposta da Diretoria de Ensino foi a de que os pais foram convocados a comparecer na escola, mas a família preferiu mudar a menina de escola.

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