Educação

Por Naiara Arpini, G1 ES


Matheus Rosi, de 20 anos, foi nota mil na redação do Enem 2017, no ES — Foto: Alinne Pereira de Oliveira/ Arquivo Pessoal

Nota mil na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017, o capixaba Matheus Rosi, de 20 anos, diz não ter uma rotina de estudos parecida com a da maioria dos vestibulandos de medicina, que costuma estudar horas a fio por uma vaga em uma universidade federal. “Não estudo igual maluco”, disse, nesta quinta-feira (18), ao G1.

Matheus está entre os 53 em todo o Brasil que conseguiu conquistar a nota máxima na redação do Enem, cujo tema foi "Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil".

O resultado deve ser consultado individualmente: para isso, os candidatos devem acessar a Página do Participante (https://enem.inep.gov.br/participante/) e incluir CPF e a senha cadastrada.

Esta é a terceira vez que ele tenta vestibular. No ano passado, foi aprovado em engenharia aeroespacial na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e, em 2016, em medicina na Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop).

Mas preferiu tentar novamente e conquistar uma vaga no Espírito Santo, perto da família. Para alcançar o objetivo, ele conta que não tinha uma rotina de estudo tão exaustiva.

“Durante o 1º semestre quase todo eu estudava três horas por dia. Depois das férias, aumentei para cinco e aumentei o número de redações. Mais perto da prova, fui diminuindo o ritmo para chegar descansado. Na reta final eu até dormia à tarde às vezes, saía”, contou.

Matheus conta que sempre foi considerado um bom aluno, e estudava em um cursinho particular com bolsa. Com esse histórico, um bom resultado já era esperado pela família, mas alcançar a nota máxima foi uma surpresa para todos.

“Todo mundo está meio chocado, feliz. Todo mundo já esperava uma nota boa, mas não assim. Parece que é tudo mentira”, contou, rindo.

Ele, que tem duas amigas com problemas auditivos, disse que, na hora de escrever a redação, acabou nem lembrando disso. Mas acredita que as dicas valiosas do professor de redação foram o diferencial para que ele se saísse bem diante do assunto.

“Nosso professor de redação ensinou a pensar no tema. Você tem que fazer a redação em cima das palavras chaves daquele assunto. Tem que pegar as palavras chave focar em cima dela o tempo todo”, explicou.

O processo de escrita, segundo ele, demorou 1h40, quando o “recomendado” é que os alunos levem até 1h15 para a redação, já que o exame é longo e exige muita leitura.

Mesmo tendo notas boas - Matheus também tirou 923 matemática e 802 em ciências da natureza - ele considerou a prova difícil.

“Eu acho o Enem difícil, não só por causa do cansaço, mas pelo conteúdo. Agora está mais difícil. Antes, dava para interpretar. Agora, se você não souber o conteúdo, não faz a questão”, disse.

Agora, com a média considerada alta, ele se diz confiante para conquistar uma vaga da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Página do participante Matheus Rosi — Foto: Reprodução/ Inep

Apenas 53 no país

Apenas 53 alunos tiraram nota mil na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2017, de acordo com o Ministério da Educação (MEC). O número representa uma queda no total, já que no ano anterior foram 77 notas máximas obtidas na prova.

O número de alunos com nota máxima na redação foi um dos dados apresentados pelo MEC nesta quinta-feira (18), data da liberação das notas do Enem 2017. Das 4,72 milhões de redações corrigidas, 309.157 tiveram notas zero. A fuga ao tema da prova foi o motivo para zerar a redação.

Apesar de haver menos “notas mil” em comparação com o Enem do ano anterior, em que 77 alunos tiraram a nota máxima na redação, o rendimento dos estudantes foi melhor. A nota média da redação passou de 541,9 para 558.

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