Acredito que a escola seja a grande responsável pela aprendizagem, embora cada vez mais as escolas culpem as crianças por suas dificuldades e fracassos. A escola pune com notas; os pais, com castigos. Todos parecem acreditar que, se a criança não aprendeu, é porque não prestou atenção, não fez seus deveres ou não se esforçou o suficiente. Isso é uma grande mentira. Para aprender, a criança precisa ter certas estruturas cognitivas que independem do desejo de pais ou professores. Assim, quem deve diagnosticar e ensinar o que efetivamente a criança pode aprender é a escola.

Existe todo um contexto educativo na vida cotidiana da criança que fará um efetivo diferencial em sua educação. Pais e familiares em geral devem assumir a responsabilidade pelos segmentos educativos que a escola não pode alcançar. São os espaços que chamamos de “parcerias”. Em outras palavras, existem no cotidiano familiar da criança inúmeras situações educativas em que os pais e a família podem contribuir.

É precisamente neste espaço que se insere o amor pelos livros e o “gostar de ler”. Como a maioria das escolas mais tradicionais dedica pouco tempo a atividades em bibliotecas como contação de histórias, desenho, teatrinho, dramatizações, cantos e danças, fica aos familiares a construção dos sentimentos positivos em relação à cultura. Entre outras atividades, levem suas crianças às livrarias, procure contações de histórias em sua cidade, tenha papel e lápis coloridos para desenhar, pintura para o rosto, tesouras, fantasias e muitos, muitos livrinhos de história adequados à idade de sua criança.

Adriana Oliveira Lima

Educadora e escritora