Por G1 Paraíba


Sabrina Brito Lira é aluna do 1º ano do Ensino Médio de escola de Campina Grande — Foto: Assessoria de Comunicação/Escola Virgem de Lourdes

A preocupação com o acesso à educação levou uma estudante de 14 anos de Campina Grande a vencer a etapa nacional do Concurso Internacional de Cartas dos Correios. Sabrina Brito Lira é aluna do 1º ano do Ensino Médio e escreveu se colocando no lugar de um assessor do novo Secretário Geral da ONU. De acordo com o tema proposto pelo concurso, os participantes deveriam indicar que problema mundial deve ser prioridade. Na carta, para defender a educação Sabrina faz referências à ativista paquistanesa Malala Yousafzai, à atriz Emma Watson e ao filósofo e matemático grego Pitágoras.

O resultado da etapa nacional foi divulgado nesta quinta-feira (27) e, por conta do desempenho, a menina vai receber um prêmio de R$ 5 mil, certificado e troféu. A escola onde ela estuda, Escola Virgem de Lourdes, também vai receber um prêmio em dinheiro de R$ 10.000 e troféu. Em 2016, a redação paraibana tinha sido a 13ª colocada no concurso.

Além disso, a redação agora vai representar o país na etapa internacional, que acontece em Berna, na Suíça. O Brasil já venceu a fase internacional, que acontece desde 1972, em três edições, sendo o segundo colocado em número de vitórias, atrás apenas da China, que tem cinco medalhas de ouro.

Sabrina diz que “gostaria de trazer à superfície do vosso olhar, a importância do vosso esforço para a solução da triste realidade de crianças e jovens que não têm acesso a uma educação de qualidade e equitativa”.

Na carta vencedora, Sabrina destaca temas como discriminação e bullying como desafios à educação — Foto: Reprodução/Site dos Correios

Em seu texto, Sabrina destaca que o que diferencia o ser humano para se desenvolver é “a capacidade de criar e transmitir conhecimentos”, citando as civilizações antigas e até a pré-história. Entre os exemplos de desigualdade no acesso à educação, a estudante destaca a história da Prêmio Nobel da Paz em 2014, Malala, citada no trecho “nós ainda somos o mundo de uma jovem paquistanesa baleada na cabeça simplesmente por exigir educação".

“Somos o mundo da criança africana que queria ler como o filho do seu senhor de engenho, mas teve de lutar de outra forma para garantir seu alimento. Somos o mundo dos camponeses submissos à autoridade de seu monarca. Nós somos o mundo da princesa da corte fadada a não ter os conhecimentos dos príncipes”, segue a lista de exemplos.

Sabrina ainda fala sobre temas como as diferenças de gênero, etnia, deficiências físicas e mentais, bullying, mas ela também destaca a necessidade de investir na formação de professores. "Como refletiu Pitágoras, se deve educar as crianças para não ser necessário castigar os homens", diz.

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