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A tentação do proibido

A prefeitura do Rio veta uso de celulares nas escolas, mas a decisão divide especialistas

A iniciativa é repleta de boas intenções, mas colocá-la em prática será um desafio – Imagem: iStockphoto
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Pouco antes do início do ano letivo, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, assinou um decreto proibindo o uso de celulares e dispositivos móveis nas escolas da rede municipal. A restrição vale não apenas para as salas de aulas, mas também para os corredores, pátios e demais instalações, mesmo no horário do recreio. Medidas semelhantes vêm sendo adotadas por colégios particulares e em países como Finlândia, Holanda e Portugal, depois de uma série de estudos comprovar que a exposição excessiva às telas afeta o desempenho dos alunos e pode gerar distúrbios cognitivos e emocionais. No Brasil, a iniciativa é inédita na educação pública e visa promover uma reconexão entre os estudantes e os professores. Especialistas avaliam, porém, que a restrição pode não ser a melhor estratégia. Como lembra o velho adágio popular, o proibido é sempre muito tentador.

Renan Ferreirinha, o secretário municipal de Educação do Rio, explica que a lei foi proposta após uma consulta pública com mais de 10 mil moradores da capital fluminense. Oito em cada dez respondentes manifestaram ser favoráveis à proibição dos smartphones e tablets no ambiente escolar. Outros 11% se mostraram parcialmente a favor da iniciativa e apenas 6% foram contrários. Além disso, a medida baseia-se em estudos internacionais e na recomendação da Unesco para reduzir o uso de telas entre crianças e jovens. “Com o celular por perto, se o aluno recebe uma notificação, é como se ele estivesse saindo da sala de aula”, diz o secretário. “Nós queremos resgatar a interação humana.”

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