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Marta Díez

A escola como espaço de promoção da saúde

Possibilidades vão da vacinação a como ter uma vida digital mais adequada

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Marta Díez

Mãe de duas adolescentes, é presidente da Pfizer Brasil

Muitos de nós que temos filhos em idade escolar vivemos momentos de aflição e dor nas últimas semanas com os recentes ataques a escolas em diferentes estados do país. Diante da preocupação de pais, alunos e professores, algumas escolas aproveitaram para promover reflexões e debates. Em lugar de pânico, atenção à saúde mental de crianças e professores. É dessa perspectiva —e como mãe de duas adolescentes— que defendo a ampliação do papel da escola como promotora da saúde.

Uma pesquisa do Instituto Locomotiva, realizada a pedido da Pfizer, mostrou que a maioria dos pais vê na escola uma aliada para facilitar a vacinação de seus filhos: 76% acreditam que lá é o local ideal para a aplicação de doses e 79% gostariam que a comunidade escolar ajudasse a lembrar as doses previstas.

A presidente da Pfizer, Marta Díez - Divulgação/Pfizer

Eu mesma fui vacinada na escola —faz alguns anos, claro—, e foi nesse espaço que minhas filhas receberam várias doses quando morávamos no Chile. Esses dados são ainda mais relevantes quando se considera que 66% dos pais relataram já ter atrasado a vacinação dos filhos ou deixado de imunizá-los por falta de tempo, distância entre sua casa e o local da aplicação, perda da carteirinha ou dificuldades para lembrar as datas. Isso quando vemos contínuas quedas na cobertura vacinal infantil.

Ao mesmo tempo, a comunidade escolar também tem um papel no enfrentamento da desinformação. As fake news sobre vacinação são geradas no mesmo ambiente digital e, às vezes, pelas mesmas redes que criam e alimentam medo e violência real ou imaginária junto a jovens e adolescentes. Uma outra pesquisa, realizada também a pedido da Pfizer pelo Ipec, mostra o quanto o submundo da internet tem impacto negativo: 59% dos pais declaram que a Covid-19 é a doença que mais os preocupa, mas 31% não reconhecem que as vacinas protegem crianças ou adolescentes de formas graves da doença.

A pesquisa também mostrou a relevância de se promover um ambiente de maior informação sobre vacinação e saúde de maneira geral: 67% dos entrevistados disseram já ter recebido fake news sobre vacina, e 35% afirmaram que, por conta delas, ficaram em dúvida sobre vacinar o filho. A sociedade precisa agir contra essas redes de desinformação. Alguns caminhos são o fortalecimento do jornalismo de qualidade, a expansão dos canais de comunicação de instituições governamentais e, claro, a atuação da comunidade médica, importante fonte de orientação para as famílias. Mas, como fica claro pelo levantamento da Locomotiva, as escolas são também um espaço para este enfrentamento.

Nossas instituições de ensino estão conosco desde cedo, ensinando, por exemplo, a como escovar os dentes e lavar as mãos, destacando a importância do conhecimento e da ciência. Além de enfrentar o enorme desafio de entregar uma educação de qualidade em meio a tantas dificuldades, as escolas também podem ser um espaço de debate e informação sobre saúde, gerando conversas que vão da carteirinha de vacinação a como ter uma vida digital saudável. Quando nos informamos, também nos protegemos.

TENDÊNCIAS / DEBATES
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