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Por Jô Alvim, Psicóloga

O início do ano letivo é sempre marcado por sentimentos de alegria, expectativa, mas também de ansiedade, tanto para os filhos como para os pais, uma vez que estes se preocupam com a adaptação. Neste período, algumas crianças estão indo à escola pela primeira vez e, em situações assim, podem demonstrar alguma resistência.

Até mesmo aquelas crianças cuja ida à escola não é mais novidade, apresentam sentimentos de insegurança quando se deparam com outras mudanças como a dos professores, da sala de aula, a expectativa de novos alunos, o receio de não ser aceito ou até mesmo se vai dar conta desta nova etapa de aprendizagem. É o medo do desconhecido, portanto tais apreensões são comuns.

Contudo, ainda estamos no período de pandemia da Covid-19 e que deixou impactos negativos em todos nós. Assim, retornar às aulas não será da mesma maneira como ocorria anteriormente. Além da adoção dos protocolos de saúde por causa do risco de contaminação, o que muda a dinâmica dos relacionamentos e brincadeiras na escola, há uma nova alteração de rotina, pois as crianças, até então, permaneceram meses em casa com os familiares e agora este distanciamento pode elevar os níveis de ansiedade em algumas delas.

Portanto, é um período de readaptação onde os sentimentos da criança devem ser acolhidos. Ajuda-la a atravessar esta fase é papel dos pais e da equipe escolar que devem demonstrar confiança, oferecer apoio, dialogar e, principalmente, escuta-la, sem minimizar ou banalizar suas emoções.

A maneira como cada criança vai superar este momento irá depender de alguns fatores como a personalidade, a fase de desenvolvimento em que se encontra e a dinâmica familiar em que está inserida. Por isso, é importante que os pais observem os fatos pela perspectiva da criança, respeitando suas emoções e o tempo dela, uma vez que a adaptação é um processo individual. Ficar comparando-a com outras crianças só irá dificultar este processo, pois ela sentirá incompreendida.

Algumas atitudes dos pais contribuem para que a criança enfrente este momento com mais tranquilidade como demonstrar confiança na escola ou ainda cumprir a promessa de busca-la no horário e local combinado, já que algumas crianças vivenciam este período de separação como abandono. Se para um adulto situações novas despertam ansiedades, que dirá para uma criança que ainda está descobrindo o mundo. Sendo assim, é um período que demanda acolhimento, atenção e paciência por parte dos responsáveis.

Créditos: Joselene Lopes Alvim– psicóloga

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