Por g1


Alunos assistem a aula no primeiro dia de retorno escolar 100% presencial na pandemia na segunda-feira (18). — Foto: Carla Carniel/Reuters

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha e divulgada nesta segunda-feira (14) aponta que 87% dos pais e responsáveis por alunos entre 6 e 11 anos pretendem vaciná-los contra a Covid-19. Desses, 76% querem que eles sejam imunizados imediatamente.

O estudo, que faz uma análise do cenário educacional atual e mapeia os desafios no setor em razão da pandemia, também apontou que boa parte dos estudantes precisará de reforço pedagógico na volta às aulas, especialmente em matemática (71%) e língua portuguesa (70%).

O percentual é ainda mais alto entre crianças na fase de alfabetização, com 76% delas com necessidade de mais atenção das escolas.

A pesquisa "Educação não presencial na perspectiva dos estudantes e suas famílias" foi realizada por telefone e foram ouvidas 1.306 pessoas do Brasil inteiro.

Evolução na volta às aulas

O levantamento mostra ainda que 83% dos pais e responsáveis por alunos que voltaram às aulas presenciais no país acreditam que eles estão evoluindo na aprendizagem.

Ainda de acordo com as famílias, os alunos estão mais animados (86%), mais otimistas com o futuro (80%), mais independentes para realizar as tarefas (84%) e mais interessados nos estudos (77%) do que aqueles que continuavam no ensino remoto (respectivamente 74%, 72%, 72% e 60%).

Mesmo com a empolgação, os pais querem que os alunos tenham reforço em quase todas as matérias básicas da grade escolar durante os próximos dois anos. As disciplinas mais citadas foram matemática (71%) e língua portuguesa (70%).

Neste sentido, 28% dos responsáveis defendem que as escolas priorizem programas de reforço e recuperação da aprendizagem.

Outro ponto relevante da pesquisa é a percepção das famílias de que a gestão educacional também deve buscar mais oportunidades de capacitação para os professores (23%).

Também foram citados como prioridade:

  • garantir o aumento salarial dos docentes (43%);
  • melhorar a infraestrutura das escolas (30%);
  • e ampliar o uso de tecnologia na educação (22%).

Abandono escolar

Segundo o Datafolha, em dezembro, um quinto dos alunos corria o risco de abandonar a escola, na percepção de pais e responsáveis.

Dentre os motivos mais citados estão o fato de o estudante ter perdido o interesse pelos estudos (29%) e não estar conseguindo acompanhar as atividades (29%) por causa da pandemia. Outros 15% citaram falta de acolhimento e 12% a necessidade de trabalhar para ajudar no sustento da família.

Esse último resultado é maior entre os alunos de ensino médio (21%), que também são os mais impactados pela falta de interesse (38%).

Taxa de abandono escolar sobe durante a pandemia de Covid-19 no Maranhão — Foto: Divulgação/ Governo do Maranhão

Ainda na percepção das famílias, entre os estudantes da alfabetização e dos anos iniciais, a falta de acolhimento é um forte motivo para o risco de abandonar a escola, afetando de forma desigual crianças brancas (9%) e negras (19%).

Desigualdade de acesso

A pesquisa apontou que 97% das escolas foram reabertas na região Sudeste. Ao mesmo tempo, apenas 77% conseguiram voltar às aulas presencialmente no Nordeste, uma diferença de 20 pontos percentuais de uma região para a outra.

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Além da desigualdade regional, alunos de escola com nível socioeconômico (NSE) mais alto também têm mais acesso ao processo de reabertura. A diferença neste caso foi de 12 pontos percentuais - 80% entre estudantes de escolas de baixo NSE contra 92% de estudantes de alto NSE.

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