Artigo

Melhorar o ensino da matemática com ferramentas do século XXI

RESUMO

O ensino da matemática e os fracos resultados obtidos por alunos de vários países merecem a atenção dos responsáveis e dos professores e justificam a urgência na procura de soluções. Vários estudos internacionais mostram que há países muito desenvolvidos com dificuldades semelhantes às de alguns países menos avançados e que o atraso econômico ou cultural não explica todas as falhas do sistema de ensino. Apesar de todas as condicionantes sociais e culturais, é possível melhorar a educação e as práticas pedagógicas em todos os países. Nos últimos anos, em resultado de um debate muito alargado e em consequência de enormes progressos das ciências cognitivas e da psicopedagogia, começam a emergir algumas soluções e alguns consensos. Sabe-se melhor como a nossa mente forma a noção de número. Reconhecem-se vantagens nos automatismos e na memorização. Percebe-se que o raciocínio e a memória não são realidades mentais opostas. Questiona-se o papel ubíquo dos exemplos e reabilita-se a importância da abstração. Conhecem-se as vantagens de um ensino ativo, mas sabe-se que não se pode abandonar a transmissão estruturada de conhecimentos. Neste artigo apresentam-se algumas das conclusões que começam a emergir dos estudos científicos da psicologia e da didática da matemática. Dá-se especial destaque às conclusões do painel federal norte-americano sobre o ensino da matemática (NMAP) e expõem-se algumas das conclusões e interrogações da psicologia cognitiva sobre a prática da aritmética e a iniciação à geometria e à álgebra.

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